George Floyd x João Pedro

Concordo plenamente em fazer uma nota de repúdio ao caso George Floyd nos EUA. Porém, quero apenas dizer a todos que, nos EUA os negros possuem e  praticam algo, chamado direito a voz e gritos, no qual pretos, latinos, judeus e brancos não racistas vão às ruas gritarem contra o racismo dado a violência na abordagem policial aos  negros, que são mortos, ou seja, vidas negras não valem nada!!!! Todos os grandes atletas, atores, músicos negros americanos criam  slogan, praticam atitudes que escancaram a guerra contra o racismo. E eu pergunto: E no Brasil? Qual a nota de repúdio inserida em diversos grupos contra a morte do menino João Pedro, cuja família em busca da criança levou 17 horas para encontrá-lo no IM L a quilômetros da casa da família,  e o que dizer de tantos outros jovens, adolescentes, crianças, idosos, chefes de família assassinados cruelmente pelo fato de serem negros.

E no Brasil? Qual a nota de repúdio inserida em diversos grupos contra a morte do menino João Pedro, cuja família em busca da criança levou 17 horas para encontrá-lo no IML

Que repúdio fazem os atletas e atores brasileiros, principalmente os jogadores de futebol, cuja grande maioria provém das favelas, comunidades e feriferias,   onde os jovens estão propensos a sofrer a violência do Estado? Apenas escutamos das autoridades, a seguinte frase: “estamos instaurando um inquérito policial, para averiguar os fatos”, quantos são as pessoas que ainda dizem : “houve bala perdida”, quando sabemos que não é caso de bala perdida e sim dirigidas. Sem falarmos em São Paulo, que na semana passada quatro jovens dentro de suas casas foram mortos pela polícia, e quem são os jovens mortos? Que repúdio foi posto as esses casos nos grupos.
No Rio de Janeiro, na data de 30/05/2020, um movimento denominado “Vidas Negras”, foram até o Palácio da Guanabara, fizeram uma manifestação pacífica, e ao final, polícia militar na intenção de dispersar o movimento, o que poderia ser pacífico virou “guerra”, bomba de gás lacrimogêneo, balas de borracha e prisão!

Doutora em Direitos Humanos pela mencionada Universidade. Mestre em Direito do Trabalho pela PUC/SP. Professora na Pontifícia Universidade Católica nas áreas de Direitos Humanos, Direitos Humanos dos Refugiados e no Direito da Criança e do Adolescente e na disciplina Direito de Igualdade Gênero – Racial. Advogada Militante nas áreas do Direito do Trabalho, Direito Previdenciário e no Terceiro Setor. Membra e conselheira da Associação Nacional da Advocacia Negra- ANAN.

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