SER MULHER EM UMA SOCIEDADE MACHISTA

Todas nós mulheres cis ou não, sabemos a dificuldade  de ser mulher.

Ser mulher em uma sociedade machista é sofrer silenciamentos, abusos físicos  e psicológicos.

A vida das mulheres gira em torno de sua raça, profissão, crença, família e tudo que gira ao seu redor,  muitas vezes nos esquecendo do ser individual que ali existe.

Mas eu sempre falo de uma camada, um biótipo, uma classe de mulheres a qual eu pertenço, as mulheres negras.

Essas mulheres negras não são mais ou menos importantes que as outras, contudo, elas sofrem desde o nascimento de uma forma única, uma forma que só outras mulheres negras conseguem entender.

Essa classe de mulheres, em diversas ocasiões, são atingidas pelo sofrimento  de quem  veio antes delas  e lhes deram a vida.

Desde o nascimento, a mulher negra sofre com a sociedade machista-racista, lidando com mensagens introduzidas no seu  (in)consciente durante toda a vida.

Exemplificando, “mulher negra não é pra casar”, “ mulher negra engravida cedo”, “ mulher negra não é  bonita”, “mulher negra não é capaz”, “ mulher  negra é da vida.”

Essas mulheres precisam ter uma força sobrenatural para lidar com o exterior e principalmente com o interior.

 A absolvição dessas falas e ideias racistas-machistas, introduzidas durante toda a vida, causam danos mentais que só a psicologia pode curar e explicar.

imagem do arquivo pessoal de Beatriz Graciliano

Mas hoje, venho como mulher negra dizer que admiro  a forma  como lidamos com nossos fantasmas, esses, criados  por uma sociedade que a todo custo tenta nos inferiorizar, que não  há  mal algum  deixar de ser guerreira  alguns dias da semana e acolhermos a nós mesmas.

Nós merecemos o amor externo, no entanto, mais o amor de nós mesmas.

Apenas  nós,  como seres individuais conseguiremos nos acolher da melhor forma possível.

Devemos nos tornar negras, mas devemos também nos tornar nosso melhor amor.

Estefane Moraes dos Santos
Carioca, Bacharel em direito pela Universidade Estácio de Sá. Coordenadora do Grupo de Leitura do Clã da Negritude e também colaboradora do coluna Matriarcado.

Lembrete: Os comentários não representam a opinião do Clã da Negritude; a responsabilidade é do autor da mensagem.

One thought on “SER MULHER EM UMA SOCIEDADE MACHISTA

  1. Sociólogos de há muito vem afirmando vivermos uma sociedade doente mas ao lembrarmos da criação dos filhos, percebemos que TALVEZ nos equivoquemos quanto a ” programarmos”meninos e meninas para a vida, o filho desde pequeno é apresentado à sociedade como ” Príncipe” levando vida principesca com todo tipo de “vassalas” ao redor, iniciando pela mãe com as demais mulheres da família reforçando o modelo equivocado, meninas também são apresentadas como “princesas”(equivocado também) são bebês com respectivos nomes fortes como identidade e ou homenageando alguém…só que o modelo feminino é o de Princesa e ou Rainha do lar…ganham reforços de brinquedos somente voltados para a servidão(elas como ferramenta automática só, em afazeres da casa) meninos ganham carrinhos, bicicleta e bola como continuação de reforço, meninas ganham SÓ bonecas, panelinhas, armarinhos com pratos, panelas e talheres(como se mulheres só conseguissem ser isso) o “Príncipe” cresce e vai jogar futebol com amigos(explorar outros mundos) a Princesa cresce também e com pouca idade já tem vassourinha e rodo para um aprendizado a altura do que se espera dela(Cuidadora Geral) já faz bem uma cama, lava, passa, limpa e cozinha como grande treineira para seu futuro cargo de mãe solo porque o Príncipe cresceu muito mais fez filhos…está por aí explorando agora sexualmente outras NOSSAS FILHAS(espelho que viu homens da família reproduzirem) no clássico “deixo a vida me levar” em contrapartida a menina(Princesa, futura Raiha do Lar) agora jovem madura(que foi pra escola) de tão disciplinada pelas outras da casa, se enamora por um alcunhado Príncipe e que tem certeza sê-lo por ser exímio jogador do futebol da quadra do bairro, logo vira Rei do futebol no bairro em que mora…sonhando em fazer setetiva em algum lugar e jogar na Europa, como outros jogadores foram e compraram Ferraris casarões et cetera, a menina mulher da pele preta não foi vista pelo tal Príncipe porque está fora do ideal de beleza socialmente preconizado(inclusive no meio futebolístico) mesmo estudando muito ela ainda é carta fora do jogo e aí temos como bela mas trágica essa reflexao, O “Ser mulher numa sociedade machista” (parabéns) essa é só mais uma dentre tantas que lemos sobre esse mesmo tema e que diante de fatos e apresentaçoes de NOSSO MACHISMO BRUCUTU PRETO (em pleno séc. XXI) AINDA faz inúmeras vítimas…talvez devamos rever nossos modelos em se criar Machões ou humanos pretos desde bebês e mulheres subservientes ou grandes empreendedoras desde pequeninas, por JÁ termos ENORME PERCEPÇÃO que o programa funciona no reforço familiar e NÓS, pais comoi(machistas tóxicos e doentes na agressão) somos os maiores culpados, aquela conversa de que MACHISMO É INSTITUCIONALISADO…também não cola mais, CAVALHEIROS! porque nos intitulamos hoje “sapiens sapiens pretos modernos”…SÓ NA EMBALAGEM? há que sentarmos TODOS para discutir aprofundadamente desde seu início, esse Brucutu obsoleto entranhado em NÓS ou corremos o risco de extinguir nossa etnia por tantas Psicossociais de um “racismo familiar interno” também e bastantemente ainda praticado por nós homens Pretos, sem falar em agressões, verbais e físicas, culminando no feminicidio da Mulher Preta e cá SÓ para nós e por nós…HOMEM PRETO QUE PRATICA TODA ESSA GAMA DE CRIMES CONTRA MULHER PRETA, QUER NOS PARECER NÃO GOSTAR DE MULHER…GOSTA DO QUE ENTÃO?

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