Nossa História

CLÃ DA NEGRITUDE

“Tudo começou há muitos anos atrás com muita gente que agente nem lembra o nome”. Comecemos da construção da identidade negra de Estevão Silva.
De pai, mãe e irmãos negros, Estevão Silva nasce no seio de uma família negra e militante. Do tempo em que ninguém precisava levantar bandeiras, ler livros ou participar de qualquer grupo do movimento negro para ser militante, assim era os pais do Estevão.
Desde muito cedo Estevão aprendeu a observar o mundo dificultoso que sempre foi imposto ás pessoas de pele negra e a lutar por um por um lugar ao sol. 
Na infância, como todo adolescente negro Estevão Silva foi abordado pela polícia e, em uma destas vezes quando tentou o diálogo um policial lhe disse, “Se eu colocar uma droga em seu bolso quero ver quem vai te tirar da cadeia”, aquilo mexeu completamente com as estruturas físicas e mentais. A partir daquele momento ele decidiu que deveria cursar a faculdade de direito e lutar por justiça.  
Em todo tempo que estava cursando a faculdade de direito Estevão Silva sempre participou de todas as palestras, viagens, atividades e grupos de estudos de relações raciais. No campus da UNESP havia um grupo muito aplicado chamado NUPE (Núcleo Negro da Unesp para Pesquisa e Extensão), neste grupo ele fez as maiores e profundas leituras sobre raça, gênero, direito e discriminação racial.
O aprofundamento das leituras ante discriminatórias foi tão intensa que levou Estevão a fazer sua pesquisa de monografia sobre a “A INFLUENCIA DO RACISMO E PRECONCEITO RACIAL NA APLICAÇÃO DO DIREITO PENAL BRASILEIRO”.
Depois de concluir do curso de direito na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho –UNESP, campus em Franca, interior da cidade de São Paulo/2009 Estevão Silva retorna à capital e se inscreve como membro da Comissão da Igualdade Racial da OAB/SP, ali continuou seus estudos sobre e militância junto a lideranças do movimento negro de São Paulo.
No entanto Estevão percebe que precisava fazer mais do que continuar a ler e estudar os grandes mestres discutir sobre a temática racial, era tempo de agir, praticar, tempo de colocar em execução os anos de estudos e leitura. A comissão da igualdade racial não era um espaço fértil para colocar em prática algumas das inúmeras ideias revolucionárias que passavam por sua cabeça.

Então no ano de 2012 Estevão sente que os negros(as) brasileiros(as) precisam de um Clã da Negritude, um lugar onde não haja nenhuma espécie de limitações, um espaço onde os negros das mais diversas etnias africanas realmente se sintam irmãos.
O Clã da Negritude deve ser um lugar de pertencimento dos negros, no Clã as pessoas devem ficar a vontade para expor suas ideias mais extravagantes de libertação do povo negro brasileiro das amarras que o racismo impõe e, sobretudo, o Clã é um lugar de ação.
As pessoas devem se reunir no Clã para planejarem ações efetivas de lutas contra todas as formas de racismo e discriminação.

Assim em 05 de novembro de 2012, nasce o Clã da Negritude.  

Clã da Negritude


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